O rio que nasce nos fundos do quartel do Exército 19BC, entre os Pernambués e o Saboeiro; corta a avenida Paralela na altura do Imbuí e desemboca na praia da Boca do Rio, vai sumir da paisagem de Salvador. O Rio das Pedras terá o mesmo destino do Rio dos Seixos que corta a Avenida Centenário, sendo enterrado sob placas de concreto.
Com a alegação, óbvia, de que o rio leva mau cheiro e mosquitos aos moradores do bairro do Imbuí, a Prefeitura de Salvador vai empurrando para debaixo do tapete a tarefa de despoluir e recuperar os recursos hídricos da cidade. Segue assim, na contramão da história, afastando Salvador das melhores práticas de gestões municipais, sobretudo em cidades que se pretendem turísticas (sic).
Os rios urbanos estão sendo recuperados em muitas cidades pelo mundo, ajudando no equilíbrio do micro-clima, reforçando a identidade de bairros e tornando-se verdadeiros pontos de encontro e contemplação. Projetos urbanos que têm colocado algumas cidades em evidência, caso do projeto para o canal do rio Cheongye, em Seul, concluido em 2005 (veja o vídeo abaixo). Já em Salvador, mais 56 milhões serão gastos para continuar tentando esconder nossa incompetência e o descaso com os nossos rios. E a população, com a ajuda da Prefeitura, vai repetindo que são apenas canais de esgoto à céu aberto.
Reportagem do Jornal Nacional, Abril 2009
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